quinta-feira, 5 de maio de 2011

Um coelho invulgar


Num dia de primavera nasceu um coelhinho chamado Nico. Nico era um coelho pequeno e frágil. O seu pelo era castanho e no inverno tornava-se branco como todos os coelhos, tinha os olhos de um verde muito intenso e umas orelhas curtas e tombadas para trás. Nico não gostava muito de se divertir e tinha sempre uma cara triste, também era tímido, mas era muito desconfiado. Nico vivia numa reserva onde era proibido caçar.
Numa noite Nico ouviu barulhos e decidiu ir ver o que era; eram animais que ele nunca tinha visto. Eram umas criaturas com duas longas pernas flexíveis, uma cabeça oval com dois olhos, dois braços compridos com cinco dedos cada um (enfim, eram humanos, mas o Nico nunca tinha visto humanos).
As estranhas criaturas estavam a capturar todos os animais na floresta. Nico não sobe o que estavam fazer e começou a correr, mas estava com tanto medo que não reparou que estava uma árvore mesmo á sua frente, bateu contra a árvore com tanta força que perdeu a razão.
Acordou um certo tempo depois dentro de um carro e, o carro parou num sítio que nunca tinha visto que estava tudo cheio de prédios altos. Parou em frente a um laboratório.
Levaram-no para uma sala onde o fecharam numa espécie de cilindro com um líquido estranho. Passou a ser alimentado por máquinas e cresceu sem conhecer nada mais do que o cilindro apertado onde era alimentado e umas salas espaçosas onde lhe faziam testes estranhos.
Quando cresceu puseram-no numa gaiola e uma noite, em que se esqueceram de fechar a gaiola, apeteceu-lhe voltar a ver a floresta onde nascera. Saíu da gaiola, dirigiu-se para a porta e correu para os corredores. Começou a percorrer os grandes corredores, depois de muito procurar encontrou a saída e - Oh! não - pensou Nico - Ai, agora é que eu estou feito, um cão de guarda á entrada. - Nico ficou imobilizado durante alguns segundos e decidiu aproximar-se. Mal chegou mais perto sentiu um cheiro de cão a invadir-lhe as narinas e começou a ficar tonto, e foi aí que uma coisa incrível aconteceu, começou a aumentar de tamanho, a sua boca começou a alongar para a frente, o focinho a aumentar, as patas e a cauda a aumentar... Tinha-se transformado num cão.
Aquele cheiro a cão horrível que ele tinha cheirado à algum tempo pareceu-lhe completamente normal, de repente, o cão que estava de guarda falou-lhe:
- Então, como estás, queres alguma coisa ?
- Sim, gostaria de sair deste laboratório.
- Então vamos fazer isso, o meu dono aqui em cima, está meio a dormir, por isso, é só eu agitar-me e ir a correr para aquele sítio como se tivesse visto alguma coisa, e tu aproveitos para fugir.
-OK .
Assim dito, assim feito, o cão começou a correr e Nico pode fugir. Mal se afastou e, parou de sentir o cheiro cão, voltou à sua forma original; a de coelho.

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